Da Glória à Futilidade no Manchester United
Nos mundo do futebol, o nome Manchester United já foi sinônimo de glória, sucesso e excelência. No entanto, nos últimos anos, uma sombra tem pairado sobre o lendário clube de futebol inglês. O Manchester United, anteriormente um gigante incontestável, encontra-se agora em um período de declínio que desafia sua rica história.
Por décadas, o Manchester United foi o clube que todos admiravam e temiam. Liderado por lendas como Sir Bobby Charlton, George Best, Eric Cantona e, mais recentemente, Cristiano Ronaldo, o United colecionou títulos nacionais e internacionais. Sob a orientação magistral de Sir Alex Ferguson, o clube conquistou 13 títulos da Premier League e duas vezes a Liga dos Campeões da UEFA.
Hoje em dia, no entanto, a imagem do Manchester United é bem diferente. O clube enfrenta seu pior início de temporada em mais de 30 anos. O antigo “Theatre of Dreams”, o estádio Old Trafford, agora testemunha protestos regulares dos torcedores contra a propriedade da família Glazer, que assumiu o clube em 2005.
O porque do declínio no Manchester United
Problemas financeiros, uma tentativa fracassada de ingressar na Superliga Europeia e a perda de jovens talentos devido a questões legais contribuíram para a sensação de desespero entre os torcedores. O clube já não é mais aquele que dominava a Premier League. Em vez disso, os torcedores têm testemunhado derrotas humilhantes, algumas das quais eram inimagináveis no passado.
Muitos apontam para a gestão dos Glazers como uma das principais razões para o declínio. A família norte-americana tem sido alvo de críticas por sua abordagem ao clube e pela falta de investimento necessário para manter o United no topo. A tentativa de venda do clube a um consórcio do Catar fracassou, levando a mais incertezas.
Além disso, a cultura interna do clube também é questionada, com acusações de ganância e má disciplina. A insatisfação dos torcedores é evidente, e a sensação de nostalgia pelos dias gloriosos se torna mais profunda a cada temporada.
Uma das questões mais prementes envolvendo a família Glazer é a tentativa recente de vender o clube. O Xeque Jassim bin Hamad al Thani, da família real do Catar, estava interessado em adquirir o Manchester United, mas as negociações fracassaram devido a divergências sobre o valor do clube.
Os Glazers buscavam um valor de US$ 8 bilhões, enquanto o xeque avaliava o clube em cerca de US$ 6,3 bilhões. Essa tentativa malsucedida gerou incerteza sobre o futuro do clube e causou insatisfação entre os torcedores, que desejavam ver uma mudança na propriedade.
Revolta dos Torcedores com o Clube
Os torcedores do Manchester United expressaram sua insatisfação de maneira enérgica. Protestos regulares ocorrem no Estádio Old Trafford, com os torcedores criticando a gestão dos Glazers e pedindo mudanças.
Em 2021, um protesto extremamente notável ocorreu quando os torcedores invadiram o estádio e interromperam uma partida contra o Liverpool. Esse jogo dramático chamou a atenção da mídia e do público para a insatisfação generalizada.
Além disso, um grupo de torcedores encapuzados do Manchester United protestou em frente à casa de Ed Woodward, então vice-presidente executivo do clube, causando danos e pintando o prédio com tinta vermelha. A revolta dos torcedores é claramente visível nas arquibancadas, com vaias e faixas exibidas durante as partidas.
Os Glazers reconheceram a necessidade de um maior diálogo com os torcedores, mas, até agora, poucas mudanças substanciais ocorreram. Joel Glazer admitiu que os proprietários do clube precisam “se tornar melhores ouvintes”, mas a insatisfação continua a crescer.
A capa do “Red News”, o fanzine mais antigo do Manchester United, resumiu a opinião dos torcedores: “Só queremos voltar a ter orgulho do nosso clube”. A relação conturbada entre os torcedores e a família Glazer continua a ser um ponto de tensão e incerteza no Manchester United.
